quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Uma flor e um carneiro.

"Tive vontade de escrever pra Exupéry e encher seu coração de alegria! Nem pude acreditar, quando contemplava as estrelas e por um "descuido" do meu olhar, vi alguém que também as contemplava e sorria! Muito educado, me saudou com um "Boa noite"! Mal consegui responder quando vi pela luz da lua os seus cabelos cor de trigo; meus olhos se encheram de lágrimas ao ter tão perto de mim, o "maior" príncipe de toda a história.
Depois que consegui saudá-lo, como que um ímã, fomos aos poucos nos sentando mais perto, era impossível não sorrir com o barulho que faziam as estrelas. Entre sorrisos e passos, estávamos diante um do outro. Que vontade de abraçá-lo! Mas eu não o tinha cativado, minha mente me alertou, freando os meus braços, que estavam na iminência de um abraço. Ele, sim, pela sua história já tinha me cativado. E antes que eu tivesse concluído o pensamento, fui quase derrubada por um dos melhores abraços que já senti em minha vida. As crianças não medem a intensidade das suas ações! Foi mágico! Eu não ousei dizer uma palavra. E o silêncio foi quebrado pela linda entonação da sua voz, ao me dizer palavras que jamais serão esquecidas: "Que bom te encontrar, flor". E essas palavras quase me derrubaram, de emoção, novamente. Nesse momento eu entendi que o lindo processo de cativar é algo recíproco!
Eu estava muito querendo saber da rosa e do carneiro, mas antes que eu falasse, ele perguntou: "Como vai a Terra?". Eu tive vergonha de responder a essa pergunta. A minha vontade era ter perguntado pela rosa e pelo carneiro e fingido que nem escutei, mas lembrei que ele não desiste de uma pergunta, e eu teria que responder sobre a Terra. A única coisa que consegui dizê-lo foi: "Ela precisa muito de você". Ele abaixou a cabeça, desapontado, como uma criança que não sabe porque as pessoas grandes complicam tanto as coisas simples. Agora fui eu quem o abracei, coloquei no colo, e recolhia cada lágrima que caia de sua face, elas pareciam brilhar como as estrelas, mas não sorriam. "Calma, meu pequeno, o essencial de cada um é invisível, está por dentro...o homem ainda tem solução" Usei o seu ensinamento para o confortar. E as suas lágrimas sorriram como as estrelas!
Faria agora a minha pergunta que o alegraria ou o deixara triste de vez. Mas eu precisava saber da flor e do carneiro. Eu perguntei: E a sua flor, como vai? Ele não me respondeu, se ausentou da minha presença e eu fiquei pensando no mal que eu o tinha feito. Ele voltou, e com a conhecida caixa em uma mão e a flor na outra. Pensei: Que bom, a mordaça não estava com defeito! Mas ele logo respondeu ao meu pensamento: "O carneiro se desprendeu da mordaça, acredita?" E eu surpresa, disse: "E a flor , como sobreviveu?". Ele sorrindo de uma forma que eu nunca vi igual, disse:" Essa é uma linda história!" E eu, sorri, feliz, ao ver carneiro, flor e o pequeno.
Ele narrou assim: "De fato a mordaça estava defeituosa; que bom!Serei eternamente grato ao meu amigo. O meu carneiro resolveu sair da caixa, encontrou com a minha flor justamente no dia em que eu tinha esquecido de colocar a redoma. Mas qual não foi a minha surpresa quando o carneiro aproximou o rosto da minha flor!Apertou-me o peito. Mas ao invés do que imaginávamos, ele a cheirou e deitou-se ao lado dela. E nesse dia eu entendi o porque de tantas vezes, antes dele sair da caixa, eu o percebia olhar fixo para a minha flor com redoma. O processo de cativar não exige palavras não é mesmo? Já que a linguagem é uma fonte de mal entendidos!" Eu, encantado, com o cativar da flor e do carneiro, só ousei chorar. Enquanto me consolava ele me disse:"Trouxe o meu carneiro e a flor pra que conhecessem a terra, mas vi que vamos precisar ficar mais do que o esperado, pra que mostremos ao Homem que 'até' uma flor e um carneiro sabem o que é cativar." Com essas palavras ele se despediu de mim, mas deixou meu coração esperançoso! Ele está de volta!"

Bom, esse texto foi o escolhido para começar o Especial Amigos. Texto escrito pela Carina, do blog A arte de viver! Ela que foi o meio, o melhor por sinal, do Pequeno Príncipe me cativar. Obrigada Cari!

Um comentário:

Carina Cerqueira disse...

Aiii flor, que gentileza! Eu nem sabia que você já tinha visto esse texto. Ele me faz bem, foi escrito com muita emoção, pois a história do principezinho me comove. Ele ensina tanto*-*.

Eu vi esse menino!O som da sua risada é música!

Que bom que você gostou!
E que honra abrir o "Especial Amigos"

Eternamente resposáveis, hein?

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