terça-feira, 18 de outubro de 2011

Ah, Alfredo!

Ah os amores, os tesouros, são eles que não estão me deixando bem. Amo-os, mas aquelas perguntas corriqueiras dessa semana , que afirmam mais do que tudo, do tipo estou-certo-não-é?, me sufocam. Pelo fato de conviverem dia e noite com você, eles têm a desculpa de que eu-te-conheço, e você perde seu tempo de respiração. Você precisa aliviar, mas elas te abafam. Não porque queiram, mas porque o amor às vezes abafa. Você sabe, não é Alfredo? Não culpo-os pelo que estão fazendo a mim. Mas preciso respirar. Nunca pensei, e nem concordei com as palavras preciso-de-um-tempo, mas quantas vezes você já cometeu e pronunciou palavras nunca antes ditas pelos teus lábios para sobreviver um pouco? É Alfredo, você sabe o porquê disso tudo. Incomodo-me tanto, porque eu também faço essas mesmas perguntas a mim mesma. Ei, você,..., sim eu, você já sabe? Não. Eu não sei, quer dizer, sei, mas tenho medo. Sim, medo. Repito quantas vezes for: Medo. São tantos, Alfredo, que nem vou cita-los, não quero te dar o peso de um mundo que eu tenho que segurar. Mas, preciso. Vais me ouvir um pouco não é? Ah, tenho medo do outro. Medo de machuca-lo. Imagina quando você não sabe o que fazer, mas sabe que não existe certo ou errado, mas as pessoas insistem em te mostrar o lado que elas acham e conceituam como um ou outro? Eu não sei qual é o M-E-U. São tantos caminhos, tantas visões, mas eu não acho a minha. É como se eu tivesse duas pontes agora, as quais eu necessito passar, mas não; eu escolho sair nadando, procurando o meu lugar. Mas enquanto eu procuro existe uma vida. Vida-é-vida-sempre. Sinto tanto medo de gerar mais uma cicatriz em mim, mas sobretudo nessa vida. Medo de perder e mais medo de se entregar. É tão cômodo aquela situação de estamos-bem-assim, que não queremos mudar. É cômodo Alfredo. E eu te confesso: eu não consigo me mexer nessa comodidade. Dá muita vontade de chorar quando as palavras que você ouve ao longe, de eu-te-amo-e-“larguei”-tudo-por-você, vêm da mesma pessoa que anteriormente tinha te feito chorar com aquela frase você-merece-alguém-melhor-e-que-te-ame. Você sabia que era amor o que ele sentia, mas não podia. Ah Alfredo, existem coisas que não se explicam. E talvez por não serem explicadas, nem entendidas, elas existam.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Cores de vida

O maior sonho daquela doce criatura era que todas as vezes que ela abrisse aquela caixinha de cores marcantes, que ficava na primeira prateleira do seu próprio quarto, e folheasse foto por foto só existissem fotos em cores vibrantes, cheias de vida. Talvez fora por que ela ouvira a conversa de uma velha senhora, que morava a três quarteirões da sua casa, na qual dizia que os momentos tem a cor que nós guardamos. Ai em diante ela se preocupava em dar cores para cada momento ... Eram sempre coloridos, mesmo que em um só tom, e a partir daquele dia fotos sépia e preto e branco se tornavam muito pequenas a ponto de não serem mais abrigadas nela.

"Uma mistura de sentimentos dentro de mim neste momento, mas vou deixar se sobressair apenas os bons, apenas os que trazem a felicidade". (CFA)

terça-feira, 3 de maio de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Esconde-me em Teu lado aberto.


"No meio da multidão, Esposo meu, olho, ancioso, o teu rosto.Quando ouves "Barrabás" sabes que serás crucificado.No entando, mesmo à distancia, vejo em teus olhos a esperança de poder dar-lhes uma segunda chance. A chance do Novo Testamento. Tu sabes bem, Jesus, que Barrabás, assim como eu é vaso de argila. Está dentre os menores, os piores, os miseráveis . Nos designos de Misericórdia , o Pai, de forma incompreensível , te troca pelo pior dos malfeitores. Misteriosamente , Barrabás recebe a tua entrega total por ele em forma de segunda chance.Ele não sabe o que se passa. Não consegue medir, nem imaginar. Eu, sim. E, em minha miséria, uno-me a ele , Deus da minha vida,eu, o menor , o pior, acolho a Ti, dado em troca de mim. Acolho-te todo, sem nada deixar de acolher e , ao acolher-te, entrego-me todo a Ti. Tu, tomas sobre ti todo o meu pecado e todo o meu ser, dado em troca pelo Teu. Por isso, ainda que eu não abra a boca, perdido na multidão, por causa do mistério escondido nesta troca, grito também "crucifica-O!" "

Via Sacra do Amor Esponsal - Comunidade Católica Shalom

"Beijo a Tua paixão que me liberta das minhas paixões
Beijo a Tua cruz que condena e esmaga o pecado em mim
Beijo Teus cravos, Tuas mãos que apaga o castigo domal
Beijo Tua ferida que curou a ferida do meu coração
Eu Te beijo Senhor e a Tua paixão é o Meu Tudo!
És Meu Tudo Jesus, Amado de minha alma
Oh Belíssimo Esposo!"

quinta-feira, 17 de março de 2011

Raiva é amor!

"Tudo bem se não deu certo
Eu achei que nós chegamos tão perto
Mas agora - com certeza eu enxergo
Que no fim eu amei por nós dois"

Sento-me em um canto. No canto esquerdo de uma sala cheia de sorrisos largos. Sento-me do lado de uma parede de azulejos brancos, infestados de flores amarelas. Sento-me aqui, pois sinto um maior aconchego, afinal não tenho teus braços para me enforcar de amor. Sem poder adormecer nos teus braços como posso sonhar?

Ainda leio aquele bilhete deixado em baixo da porta me dizendo não, não volte nunca mais pra mim.

Mas eu bem sei que aquela letra não fora sua. Conheço bem minha caligrafia, cada mania, cada traço. Definitivamente não fora você quem escreveu este bilhete, que agora encharcado com minhas lágrimas fazem desaparecer cada letra.

Como seria bom de junto com essas letras, minhas lágrimas também pudessem levar suas lembranças de dentro de mim. Ah, quão bom seria que ela na verdade apagasse tudo o que aquele bilhete me causou, te causou. Que ela levasse também nossas pegadas na areia. Como seria bom se ela apagasse você de minha vida. Não tenho raiva de você. Eu tenho raiva é do seu abraço protetor, das suas mãos entrelaçadas no meu cabelo, tenho raiva do seu coração longe do meu. Tenho raiva de você, quando uso aquela roupa, e você não está. Do som do seu carro que deixou as músicas, mas não você. Tenho raiva de você.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Nunca foi amor!

"Se era amor? Não era. Era outra coisa. Restou uma dor profunda, mas poética. Estou cega, ou quase isso: tenho uma visão embaraçada do que aconteceu. É algo que estimula minha autocomiseração. Uma inexistência que machucava, mas ninguém morreu. É um velório sem defunto. Eu era daquele homem, ele era meu, e não era amor, então era o que?
Dizem que as pessoas se apaixonam pela sensação de estar amando, e não pelo amado. É uma possibilidade. Eu estava feliz, eu estava no compasso dos dias e dos fatos. Eu estava plena e estava convicta. Estava tranqüila e estava sem planos. Estava bem sintonizada. E de uma dia para o outro estava sozinha, estava antiga, escrava, pequena. Parece o final de um amor, mas não era amor. Era algo recém-nascido em mim, ainda não batizado. E quando acabou, foi como se todas as janelas tivessem se fechado às três da tarde num dia de sol. Foi como se a praia ficasse vazia. Foi como um programa de televisão que sai do ar e ninguém desliga o aparelho, fica ali o barulho a madrugada inteira, o chiado, a falta de imagem, uma luz incômoda no escuro. Foi como estar isolada num país asiático, onde ninguém fala sua língua, onde ninguém o enxerga. Nunca me senti tão desamparada no meu desconhecimento. Quem pode explicar o que me acontece dentro? Eu tenho que responde às minhas próprias perguntas. Eu tenho que ser serena para me aplacar minha própria demência. E tenho que ser discreta para me receber em confiança. E tenho ser lógica para entender minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto.
Se não era amor, Lopes, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não sabe se vai ser antes ou depois de se chocar com o solo. Eu bati a 200Km/h e estou voltando a pé pra casa, avariada.
Eu sei, não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Talvez seja este o ponto. Talvez eu não seja adulta suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, Lopes, de acreditar em contos de fadas, de achar que a gente manda no que sente e que bastaria apertar o botão e as luzes apagariam e eu retornaria minha vida satisfatória, sem seqüelas, sem registro de ocorrência?
Eu nunca amei aquele cara, Lopes. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, era sacanagem. Não era amor, eram dois travessos. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor."

(Martha Medeiros - Divã)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Aceitar, ou não.


"Você lê e sofre. Você lê e ri. Você lê e engasga.
Você lê e tem arrepios. Você lê, e a sua vida vai
se misturando no que está sendo lido."
(Caio Fernando Abreu)

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